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terça-feira, 22 de março de 2011

lerê lerê

Eu lembro que há um tempo, quando eu tinha entrado na Contax, algumas pessoas me disseram: "agora vamos ter muitos posts sobre teu serviço, quero que tu conte tudo" e coisas do tipo... um assunto a mais pro blog, né? Infelizmente, não consegui lidar com telefones e atendimentos e desisti.

Hoje, quase um ano depois, consigo outro emprego e até então era o emprego dos meus sonhos: carga horária normal de 6h, quase sempre na madrugada, cada dia em um lugar e ainda com possibilidade de viagens.
Claro que uma coisa é o que tu diz e outra o que é de verdade... claro que a gente sabia que teríamos dias mais compridos, com carga horária de até 10h... mas sem problemas, vão me pagar a hora extra mesmo, né? Tá tranquilo.

Só que a história mudou de figura... em quase 15 dias que eu tô lá, trabalhei apenas 3 dias. Sim, TRÊS dias. Mas foi como se eu tivesse trabalhado todos os dias sem folga...
Em todos eles, o horário combinado era por volta das 21h, aí vamos todos jantar... e depois pro local de trabalho. E até tudo começar de verdade, leva cerca de 2h. Em pé, ali grudado, esperando... quieto. Quando começa tudo, tu simplesmente não pode parar mais, claro que se tu te ajoelhar aos pés de alguém e disser que precisa muito ir no banheiro, talvez eles deixem, mas tu não tem liberdade nem pra isso. Nem tirar o celular do bolso pra olhar a hora, tu pode. Aliás, não se usa relógio lá.

É direto, trabalhando 8, 9, 10h... ou quanto for preciso. Sem comer, beber, banheiro, NADA. Se tu estava usando um banco pra subir pra alcançar algo, poderia usar ele depois pra sentar um pouco, pra não precisar ficar curvada... mas vem alguém e bate no teu ombro dizendo que tu não pode sentar.
E o que acontece? Tu termina lá por 8, 9h da manhã... e vai pra tua casa, detonado. Com dor em tudo quando é pedaço do teu corpo, sono, fome... no meu caso, eu fico muito pior depois que durmo. Dormi hoje cerca de 3h, porque um filho d... amigo meu me ligou exclusivamente pra me acordar, como é de costume, - só não xingo a mãe porque ela é super legal e não merece o filho que tem!  - E o resto do dia é assim, tu dorme, não descansa e fica completamente podre... dói tudo, é quase como se tu te sentisse doente. Mal consigo mexer meus braços e parar com o olho aberto.
Fora quando tu é estabanada como eu, que bati a perna não sei onde e em breve ficará roxa, dei uma cabeçada fenomenal num bagulho e cortei o dedo com papel.

Cá pra nós, foi a única coisa que apareceu e eu precisei me agarrar a isso. A intenção é só sair de lá se eu conseguir outra coisa... vamos levando né. Mas vou dizer uma coisa pra vocês: eu garanto que a mixaria paga não vai compensar o estrago que é feito na gente. Lá tu pode ter noção do que é escravidão... a diferença é que eles não te batem nem te xingam, te tratam com educação e atenção, pedindo por favor que tu não respire e continue trabalhando.

Hoje eu entendo quando a Cristina disse que a empresa é uma família: aqui em casa é bem assim, tu não come, não bebe e não dorme, se tu para um pouquinho, te mandam fazer algo, tu precisa te matar fazendo tudo e na frente das visitas, te tratam com carinho". Entendi.

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