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sábado, 5 de maio de 2012

Estranhos seres confortantes

Me apavora muito quando pessoas 'estranhas' captam coisas de mim sem que eu mencione nada. Muitas vezes, quem tá do nosso lado não percebe nada, ou porque não querem ou porque nós conseguimos fingir muito bem.

Hoje eu tive um sonho muito bom, que ia contra tudo o que aconteceu ontem e que me deixou bem pra baixo. Ao acordar e ver que nada daquilo era real, me deu um aperto no peito e uma vontade incrível de chorar.

Tu já esteve tão pra baixo, tão mal que não conseguia manter um sorriso ~ mesmo que falso ~ nos lábios? Pois é.


Minha mãe tentou de todas as formas, puxar papo e me animar, mesmo sem saber o que estava acontecendo. Tentei fingir que estava bem. Depois, superficialmente, eu me animei. Atendi cerca de 10 pessoas e todas elas foram muito educadas, tranquilas, serenas e um tanto quanto animadas.
Duas delas quiseram terminar a sessão junto, de tão bom e divertido que tava o papo. Falamos de homens (os delas haha), festas, filhos, casamento, estudos e algumas bobagens. Demos risada afú. Ao final do dia, contabilizei 4 (eu disse QUATRO) clientes (incluind uma dessas duas, do papo bom) que me perguntaram de cantinho se eu estava bem. Disseram que eu estava com um semblante pesado, triste, que a tristeza estava em meus olhos. Até mecompanheiro de todas as esperas, o porteiro do prédio, que passa as vezes longas horas trovando fiado e me fazendo rir, me perguntou porque eu estava tão estranha e quieta, que eu não era assim.

Parece besta, mas eu me apavorei.
Eu juro pra vocês que conversei, dei risada e tudo mais como sempre faço, com essas pessoas. Não me mantive na minha, ficava calada quando necessário, mas apenas "não falando" e não com aparência triste, como elas disseram.
Bizarro como a gente não consegue esconder certas coisas, e mais bizarro ainda, como tem gente sensivel nesse mundo. Ganhei severos abraços apertados e ouvi alguns "tu tá com uma carinha triste, fica bem viu?". Juro pra vocês que quase desmoronei nisso. Essa gente sabe como confortar alguém e eu tava realmente precisando. Enquanto alguns amigos veem graça em exaltar nossos defeitos, acham graça nas nossas desgraças e insistem em nos fazer parecer ridículos, tem gente de bom coração por aí, sensível e disposta a dar um pouquinho de conforto a quem precisa.

Depois me xingam porque eu tenho consideração por elas e ainda não abandonei aquele circo, que eu tenho que pensar em mim e blá blá blá. Tô só devolvendo o que elas me dão, cara. Eu passo trabalho naquele serviço, mas graças a Deus, colho um pouquinho de coisa boa também, as vezes.

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