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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Tá tudo virado

 

Hoje foi um dia tão fora do normal, todas as coisas que eram pra acabar bem, acabaram mal e todas as que eram pra acabar mal, acabaram bem. Algumas simplesmente acabaram, sem algum resultado relevante...

Pra começar, minha mãe... daquele jeito parado dela, foi lá fazer o almoço. Minha irmã tava se arrumando e sairia pra trabalhar em seguida. Sentaram lindamente pra almoçar e quando vê, a mãe se engasga. Aquele susto, aquela ajuda e nada. Bateu o pânico em todo mundo e eu só consegui me irritar. Minha mãe tem mania de fazer tudo pelo lado errado, pra comer, ela fica toda curvada, mastiga mal e já viu, né? Engasgar e a comida até fazer mal, não é raridade. Tô sempre falando: 'mãe, mastiga mais...', 'mãe, senta direito pra comida poder descer...', 'mãe...', 'mããe...' e ela fica braba, então eu deixo por isso. Estragou o almoço de todo mundo, todos pararam pra acudir e ela não desengasgava nunca. Até que o pai resolveu levar ela no hospital, senão sabe Deus o que poderia acontecer. Minha irmã ficou terminando de se arrumar. E todo mundo ficou de cara comigo porque eu disse algumas coisas (que eram verdade), de uma maneira meio rude.
Minutos depois, o pai liga pra minha irmã. Falaram algumas coisas, não consegui distinguir nada, ela desligou o telefone, pegou suas coisas e disse que tava saindo. Notícias pra Natu? Ah, foda-se a Natu!

Fiquei ali, na minha... chorando, torcendo pra que a mãe ficasse boa logo e me perguntando porque ela é assim. Porque minha família é assim, tendo tudo pra ser quase perfeita. Liguei o rádio e acabei pegando no sono. Acordei com o telefone tocando, meu pai perguntando se tava tudo bem, respondi que sim e perguntei da mãe, senão ele nem ia falar. Respondeu apenas: 'tá tomando soro.' hum, tá... se cuidem, né. 2bjs.
Bora lá pra minha insignificância de novo. Não tava afim de limpar cozinha, arrumei outras coisas pra fazer e fiquei por ali por um tempo.

Um tempinho depois, chegam eles. Quando escutei, pensei: 'o pai de cara amarrada, brabo comigo e a mãe caindo pelas beiradas, dizendo que tava mal e se jogando na cama...' oh Deus. A mãe que entrou, não era a minha. Com uma aparência ótima, forte, revigorada, conversando, me mostrando o curativo do soro e contando que não foi engasgo, e sim um ataque dos nervos misturado com a asma. Ficou pra lá e pra cá, numa agilidade que eu tenho saudade. Depois me disse que iria deitar um pouco e que logo mais iria buscar pão pra fazer café. Concordei e ela foi. Pegou no sono... jurei que o pai ia surtar, porque ele odeia ver a gente dormindo "fora de hora", perguntei se ele queria café, ele perguntou da mãe e quando respondi, ele disse: 'tá, deixa ela dormir, eu não vou tomar café agora, quando ela acordar a gente vê.' Ela acordou, tomaram café, eu já tinha perdido a fome, em vez dela voltar pro quarto como sempre faz, foi pra rua, conversamos os três animadamente na sombra, ela continuava animada e super diferente, nem parecia a mesma de todos os dias.

Fui limpar a cozinha, lavar louça e fazer a janta. Por encreça que parível, não me irritei como sempre acontece, parecia que eu fazia algo que eu realmente gostava. Jantamos, conversando, alegres e contentes... depois fomos todos pro quarto dos meus pais, conversar mais um tanto, ainda recebi elogios da mãe, e da minha irmã... e meu pai com uma cara boa pro meu lado. Me senti da família! o_O

Mais tarde, venho pro pc... conversas que eu esperava mais, foram bem xaropes. Conversas que eu esperava nada, foram tri boas. Disse coisas que não devia, disse outras que achei que não ia conseguir dizer... e terminou tudo com a notícia de que a Vivi tá doente. Minha vida tá cada dia mais bizarra e imprevisível.

Eu queria acordar amanhã, e enxergar a mesma mãe que eu vi hoje. Saber que a Vivi melhorou consideravelmente e que as outras coisinhas que aconteceram se ajeitem por si só. Infelizmente eu só posso desejar, torcer e rezar... quem sabe eu não seja atendida dessa vez?

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