Eu não sei se Deus castiga, eu não sei se o destino tá traçado, eu não sei porra nenhuma, só sei que tá doendo.
Calma, eu explico!
Calma, eu explico!
Tive um dia bastante fora do normal, em boa companhia, fui tentar a sorte no SINE, loooogo cedo. Enquanto esperava minha ficha ser chamada, fomos tomar café, por minha conta. Mais um pouquinho e chegou nossa vez. Depois de atualizar o cadastro, a mulher diz a frase já conhecida: 'Hoje vou ficar te devendo, Natália. Mas tu pode voltar aqui ou em outro endereço, pra verificar se foram abertas novas vagas que se encaixem no teu perfil!' e lá fui eu embora com o rabinho entre as pernas. A companhia tinha arrumado uma vaga e fui acompanhar (dã). Depois, faltava pouco pra minha aula, e fomos almoçar. Mais uma vez, Natu abriu a mão e... pagou o almoço. Aí, já estava tudo planejado, como seria o resto do dia. Mas a companhia resolve sugerir um novo planejamento, que incluía que eu matasse a aula. Fiquem em dúvida no inicio por ter que deixar algumas coisas sem resolver e concordei depois. Aí, tá. A tarde transcorreu tranquilamente, super divertida, animada e tal.
Aí, eu estava digamos que... atrasada, pra chegar em casa, no horário habitual. E não sei porque, isso estava me incomodando, sendo que as vezes eu chego naquela hora e tudo fica bem. Minha mãe me ligou umas 30 vezes e eu não consegui atender. Até que atendi meio incomodada e disse 'oi, mãe... pra que isso? Já vou pra casa!', e me aliviei um pouco.
Aí tá, cheguei, abri o portão e pensei 'que bom que o cachorro tá nos fundos!'. Tipo, após a reforma, ficou uma parte ainda pra terminar, e meu pai improvisou por enquanto, um portão de madeira, com fechamento improvisao também. Abri aquilo, fechei e entrei em um local absolutamente escuro, no qual, mais adiante, teria uma porta e o cachorro estaria atrás dela. Cheguei na porta (de casa), escorreguei a mão à procura da maçaneta e quando movi meu pé, ouvi um rosnado terrivelmente alto e entrei em tranze, enxerguei meu pai e alguma coisa puxou minha perna pra trás. Me desequilibrei e me segurei no meu pai. Nisso ele gritou 'sai pra lá, sai!' e ouvi uns barulhos altos de coisa batendo, mas eu não tava conseguindo entender o que tava acontecendo. Só conseguia falar 'ai, ai', tentava me equilibrar, nisso meu pai quase se desequilibrou também e eu fechei meus olhos e me agarrei forte nele, abraçando-o. Aí que fui entender o que tava acontecendo, e senti uma ardência e uma queimação horrorosa na coxa, perto do joelho. Meu pai conseguiu dar uns chutes no cachorro, eu consegui me soltar, me joguei no sofá, meio chorando, olhei a calça e ela tava inteira. A dor que eu tava, parecia que minha perna tinha ido embora na boca daquele maldito. Puxei a calça pra ver e tinha dois furos, e um rasgão. Doía, ardia, demais. Meu pai quase chorando, me abraçou e disse 'desculpa, filha, desculpa!', porque ele tinha deixado o cachorro ali, sabendo que ele já me odeia e sabendo que ele ia se assustar comigo. Minha irmã apareceu correndo, apavorada e até minha mãe que anda doente e mal sai do quarto, veio ver. E o mais lindo foi quando eu tava tremendo e chorando, e os três me abraçaram e ficamos ali juntos. Depois minha irmã quis me ajudar a lavar a perna e tal. E os três atrás de mim, pra lá e pra cá, vendo se eu tava bem, se eu queria algo, se tava doendo, pedindo pra eu avisar qualquer coisa na madruga e o pai mais apavorado, por se sentir culpado! É preciso acontecer algo assim, apavorar todo mundo de repente, pra família demonstrar um pouco de carinho!!
No fim, eu pensei: 'se eu tivesse conseguido manter meu plano original, metade das coisas do dia não teriam acontecido. E as coisas não tão legais que aconteceram também, e eu não teria levado essa mordida!'.
E é isso que eu pergunto: é castigo, porque eu não fui na aula e porque escondi todo o roteiro da tarde, da família? Ou isso tudo deveria mesmo ter acontecido tudo atravessado e eu tinha mesmo que ser mordida, nesse dia, hora e local?
E é isso que eu pergunto: é castigo, porque eu não fui na aula e porque escondi todo o roteiro da tarde, da família? Ou isso tudo deveria mesmo ter acontecido tudo atravessado e eu tinha mesmo que ser mordida, nesse dia, hora e local?
Bom, eu não sei.
Eu só sei que essa bagaça tá doendo, tá ruim pra caminhar e tá ficando mais estranho a cada vez que eu olho!
Se o cachorro morrer...
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