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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Família, Família ♪ -- Parte 4

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Voltando uma casinha...
Comigo mais crescida, minha briga era porque eu queria ajudar a limpar a casa, isso lá nos meus 10 anos, por aí. E não me deixavam, diziam que eu era muito pequena. Porém, minha diversão e passatempo era ver televisão. E TODAS as vezes que eu queria passara manhã ou a tarde vendo desenho, vinha minha mãe me chamar de imprestável por eu ficar só vendo televisão e não fazendo nada que prestasse. O que uma criança de 10 anos pode fazer de produtivo, depois dos temas prontos? Se ver televisão era uma afronta, quem sabe a moral era eu ir pra rua e fazer baderna como uma criança normal? Ah, minha mãe... se tu enxergasse a vida como ela é...

Minha vida no colégio, foi uma bosta. Minha mãe me levava e buscava sempre. Até certa idade, era tranquilo... alguns colegas até se acostumavam e ficavam trovando com ela, até uns que não se davam comigo. Mas eu sentia a necessidade de ir e vir sozinha, nem que fosse de vez em quando.
Sempre tive poucos amigos... tive uma melhor amiga dos 6 aos 13anos. O que eu gostava era que tinhamos vidas parecidas, a mãe dela também estava sempre junto, nossas mães eram super amigas e isso deixava a situação mais leve. Mas a mãe dela, aos poucos foi soltando ela, enquanto a minha apertava cada vez mais a coleira. Até que ela passou a ir sozinha pra aula... nisso nos juntamos a outras duas colegas e tinhamos nosso grupinho. A partir daí ela começou a mudar, a besta em vez de aproveitar a liberdade e a confiança, fez merda... inventou uma briga besta entre a gente e acabou a amizade, começou a andar com más companhias, engravidou, tirou o filho clandestinamente e quase morreu. A mãe dela quase enlouqueceu. Consegui arrumar outras amigas, elas eram mais ou menos como eu e a gente se entendia legal. Tudo certo.
Até que concluí o ensino fundamental e teríamos todos que mudar de colégio, e aquela coisa: grupos de amigos combinando de ir pro mesmo colégio, todos animados com a nova fase e tal. E a minha vidinha: 'não, Natu... claro que tu não vai pra nenhum desses colégios que os outros, tu não é os outros, tu vai pra tal colégio, fica mais perto, é melhor e deu.', 'mas mãe, eu não quero ir pra um colégio sozinha, todo mundo vai em grupo, porque eu não posso fazer o que eu quero? Eu não gosto, não quero ir pra esse colégio.', 'não tem querer, pra esses colégios tu não vai'... é, dureza essa vida. Não sei se é assim ainda, mas quando eu mudei de colégio, tinhamos que nos 'inscrever' no colégio que queríamos e colocar mais dois na lista, pois caso não houvesse vaga naquele, tentariam nos outros. Fomos lá, e a mulher: 'tá, quais as outras escolas escolhidas?' e minha mãe: 'nenhuma, eu quero aqui!', e a mulher cheia de paciência: 'é que senhora, temos que colocar mais duas escolas, porque caso a gente não tenha vaga aqui, sua filha tem chance de conseguir em outro lugar, do gosto de VOCÊS.', e a mulher falou, falou e ela mesma disse: 'vou colocar aqui dois colégios que são próximos e muito bons, vocês vão gostar, são semelhantes ao nosso e blá blá blá', nisso a mãe não chiou. Cheguei em casa e disse: 'não quero nem saber, se a mulher enfiou colégios que eu não goste, que eu não saiba ir ou sei lá, não quero nem saber, mas eu não vou estudar, esperneiem, briguem gritem, mas eu não vou!'. No fim das contas, a mulher ainda me fez um favor, pois a vida ali foi muito mais leve, passei momentos tão bons ali... se eu pudesse voltar no tempo e reviver aqueles anos...

Meu primeiro emprego foi enquanto eu estudava. Eu era menor aprendiz, no comércio. Comecei mal, eu acredito que tu não deve começar a trabalhar em algo que tu TEM CERTEZA que não é a tua área. Todo mundo me diz: 'ah, mas tu tem que ficar tipo, um ano em um supermercado ou loja pra pegar p´ratica e depois consegue algo super fácil.', Sim, meu amigo: consegue algo em outro supermercado ou loja, mas e se tu NÃO FAZ O PERFIL de vendedor? Oh, querido dilema.
Lembro que foi em uma fase que a mãe ficou doente, pegou uma alergia não lembro do que, e ficou com várias feridas espalhadas pelo corpo, inclusive nas mãos, o que atrapalhava nos serviços domésticos. Minha irmã chegava por volta das 15hs e meu pai as 16hs, eu chegava as 19:15hs... e adivinha quem tinha que cuidar da casa? Adivinharam, a idiota da Natu.
Tinha tooooda a louça do dia inteiro, mais algumas bagunças e a janta pra fazer. E meus temas do colégio e curso. Eu acordava as 6hs, saía as 6:50hs, no ônibus mega lotado, voltava do colégio as 12:15hs e pegava o mesmo ônibus de volta, as 12:30hs pro curso/serviço... não almoçava [passava o dia sem comer nada], só ia comer, na janta. Meu cansaço era tanto, que as 21hs eu já tava caindo de sono, e olha que desde pequena eu tenho problema pra dormir. A parte boa, é que meus colegas de serviço eram maravilhosos, todos diziam que nós eramos a turma mais unida que já passou por lá, todos elogiavam nossa união. Várias vezes, quando possível, nos encontrávamos fora do horário pra ajudar aos colegas que tinham alguma dificuldade nas matérias. Bons tempos, apesar de cansativos e mal pagos.

Terminei o colégio, e uma maré de azar, apareceu pra ficar. De lá pra cá as coisas não são muito diferentes do que eu estou acostumada a relatar aqui. Sempre surge alguma frustração amorosa', amigos que vão e vem, uns vão porque tem que ir, outros vão por não serem de verdade, o azarão com emprego, as brigas e blá blá blá.

E então, eu sei que alguém vai dizer: 'ah, mas minha infância foi mais difícil que a tua', eu vou dizer: 'sinto muito, mas não tô comparando porra nenhuma com ninguém'.
Como uma psicóloga disse uma vez pra minha mãe, quando no início da adolescência ela me levou alegando que eu era malcriada, respondona, rebelde, medrosa e sei lá mais, achando que um médico me diria verdades' e eu ia mudar. Ela disse: 'não queira que tua filha seja como a irmã, não queira encher a cabeça das tuas filhas com tuas histórias tristes de infância, porque não adianta. Mostra pra ela o que é certo e errado, sem amedrontar. Explica. Deixa que elas tenham confiança e respeito por ti, e não vergonha e medo.'. Percebe-se que eu não levei sermão algum e a mãe não aprendeu a lição.
Se eu sou desse jeito hoje, foi porque eu aprendi a ser assim, [ou fui obrigada a me tornar isso] eu melhorei muito desde que comecei a ter que me virar em algumas situações. Sim, porque eu sou "proibida" de me divertir e fazer minhas vontades, mas quando eu quero ou preciso de companhia, eu tenho que me virar, afinal, já sou adulta.
Quanto mais as pessoas me criticam, quanto mais elas dizem pra que eu 'me rebele', pior é. Eu já não suporto a pressão de tantas coisas vinda da família/parentes, será que é difícil entender que eu não funciono sobre pressão e não quero mais uma por parte dos amigos, mesmo que eu agradeça muitíssimo e saiba que é pro meu bem?
Se eu não me rebelo, é porque primeiro, tenho um maldito respeito por meus pais, sei que eles não merecem, mas eu tenho e pronto. Segundo, não tô em condições disso, antes preciso encontrar um emprego, lembra? E terceiro, tô cansada, só isso.

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